Eu...

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Castelo de Vide e Lisboa, Alentejo, Portugal
O meu nome é Diogo Heitor Cúmano e sou português. Nasci no ano 1990 em Lisboa. A primeira vez que esquiei, tinha 3 anos. Foi em Serra Nevada. Adoro esquiar e desde pequeno que tinha o sonho de um dia poder competir. Decidi perseguir o meu objectivo com 16 anos. Actualmente sou do Club Esquí Granollers, clube catalão. Represento o clube e Portugal em competições internacionais FIS. Estudo Engenharia Electrotécnica e Computadores na Faculdade de Ciências de Tecnologia no Monte da Caparica. Durante o Inverno treino em Pas de la Casa (Andorra) com o clube. Fora do Inverno, devido ao facto de Andorra não ter neves permanentes, faço estágios nos glaciares europeus. didac_pt@yahoo.es

sábado, 14 de fevereiro de 2009

"Alta-competição" vs "Estudos"

Desde que entrei no ensino superior, são várias as pessoas que me abordam e perguntam se consigo conciliar os estudos com a alta-competição. Perguntam-me frequentemente como é que é possível esquiar a 1200 km da faculdade onde estou a tirar "Mestrado Integrado de Engenharia Electrotécnica e de Computadores".

O meu curso é difícil e muito trabalhoso. Tenho exames, testes quase todos os Sábados e Quartas-Feiras e os trabalhos práticos das cadeiras relacionadas com informática levam muito tempo para serem feitos. Estas cadeiras exigem presença obrigatória em todas as aulas para que possamos ter aprovação prática, obrigatória para a aprovação das mesmas.

Apesar de considerar o esqui uma das coisas mais importantes na minha vida, não quero deixar de maneira alguma que o desporto me atrapalhe a vida académica que, até agora, tem vindo a correr bastante bem. Tenho treinado quando posso mas sinto que, para ter objectivos mais altos, não só precisaria de passar muito mais tempo na neve do que o que já passo, como teria de competir com mais frequência.

Em Portugal não tenho encontrado condições para poder competir e estudar ao mesmo tempo. Há mais de um ano que tento que me reconheçam como atleta de alta-competição mas, infelizmente, por razões que me são alheias, as entidades competentes continuam sem me dar atenção. Para que possa passar mais tempo fora, mudar datas de exames, testes e trabalhos e faltar a aulas práticas, teria de ter o "estatuto de alta-competição" para que me reconheçam como aluno de "estatuto especial".

No nosso país, compreensivelmente, seria um risco que a minha vida futura passasse só pelo esqui e pelo desporto. Não há apoios nem patrocínios. Considero indispensável dedicar a minha vida activa também à engenharia visto que, o esqui, não me dá qualquer tipo de recompensa monetária. Treino e compito longe de casa, o que implica grandes despesas.

A temporada não tem vindo a correr como imaginei. Apenas fiz uma prova até à data de hoje, contrariando bastante aquilo que tinha planeado no início da época invernal. Não pude, igualmente, frequentar todos os estágios para os quais fui convocado. O meu treinador compreende, dá-me apoio e lamenta que eu não possa competir tanto quanto desejávamos.

Embora tenha presente que muito dificilmente a situação muda de figura, continuo com alguma esperança. Vou continuar a treinar e a esquiar como o tenho feito até agora mas, para minha tristeza, com objectivos diferentes. Na minha opinião, este não é o caminho certo para atingir os objectivos antes propostos e, infelizmente, o caminho não depende só de mim.

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